Reflexão tardia sobre 2025

Sinto uma melancolia ao pensar em tudo que poderia ter feito e não fiz. Escrever é uma dessas coisas. Poderia ter escrito dezenas de textos esse ano. Centenas até. Mesmo que curtos, cada texto carrega uma parte de mim.  E eu amo escrever. Amo mesmo! Amo editar meus textos, amo vê-los publicados em meu website. Ainda assim, foi uma atividade que ficou empoeirando no cantinho da minha cabeça, junto à tirar fotos, fazer artesanato, decorar meu quarto, desenvolver páginas pra indieweb e outras potencialidades criativas. Por que? É complicado, vários motivos, mas nenhum deles retira essa extrema sensação de expressividade dormente dentro de mim. 

Queria poder demonstrar o que quero dizer: segurar a mão do leitor e leva-lo ao fundo do mar que habita minha cabeça. São bilhares de litros de água espremidos, tentando sair. Às vezes eu faço um pequeno furo no meu crânio, do diâmetro de uma agulha, e um pouco desse oceano vaza. A pressão é tão forte, que o jato atravessa paredes, montanhas e galáxias. Não é um líquido especial: é só água; pensamentos cotidianos, reflexões pouco importantes. Ainda assim pensamentos. Ainda assim reflexões.

O fim de ano é um bom momento para repensar sobre tudo isso, porque podemos facilmente nos enganar dizendo que "ano que vem será diferente". Bom. Talvez ano que vem de fato seja diferente. Talvezz eu publique um texto por semana, talvez crie um website tão grande quanto sonhei. Não sei. Não gosto de decepcionar minhas expectativas.

Ainda assim, não posso negar que esse ano foi muito diferente do ano passado.

O mundo mudou completamente. É como se minha vida toda tivesse sido um proologo. Esse ano eu grifei as letras do meu nome na parede da existência, criei espaço na multidão que me sufocava. Gritei: eu existo. As coisas nunca mais serão como antes - em um bom sentido. Mo melhor dos sentidos. 

Estou preparada para continuar gritando?
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