20 de abr de 2025

    O problema é que estou quebrada. Sou um vaso frágil. Cai - algumas vezes por mim mesma, outras vezes fui arremessada ao chão-, fui destroçada com martelo e pisada. Sou um vaso espatifado. Reuni os cacos mais bonitos para exibição, mas minha completude esconde-se nas sombras. Sou feita de reparos disfarçados, sou minha própria Frankenstein. Passo dias sem me olhar no espelho. Evito até a visão de minha sombra. Tenho medo que a qualquer hora um curativo vai se soltar e uma tsunami de sangue vai invadir o mundo porque meus ferimentos nunca sicratizaram de verdade. Não quero morrer afogada. 
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